Melhorando um pouco a cada dia

A força que vem ajudando o supervisor de qualidade da fábrica de Campo Belo, Isaac Pereira, a enfrentar um tumor na base do cérebro

 

Conviver com uma doença grave é algo que abala qualquer pessoa. Mas contar com o apoio da família, dos amigos e dos colegas de trabalho, receber um bom tratamento médico e ter fé nos desígnios de Deus tornam esse fardo bem mais leve. Ainda mais quando você chega em casa e é recebido pelo sorriso e pela energia de um lindo filho de 7 anos.

 

Esta é a história de Isaac Aparecido Pereira, de 41 anos, supervisor de qualidade da fábrica da Quatá de Campo Belo, em Minas. Isaac sofre de um mal chamado adenoma hipofisário, um tumor benigno que se desenvolve na hipófise, uma glândula localizada na base do cérebro.

 

Com o tratamento adequado, a doença não traz risco de morte, mas provoca forte alteração na produção de hormônios, e tanto a sua evolução quanto o tratamento cirúrgico que costuma ser indicado para remover o tumor podem causar sequelas importantes. O supervisor de qualidade da Quatá já fez duas cirurgias convencionais e uma radiocirurgia, que utiliza radiação para destruir o tumor.

 

Isaac nasceu na vizinha Perdões, em uma família de produtores rurais. Fez curso técnico em agroindústria, graduação em química e especialização em controle de qualidade. Ele trabalhou na fábrica de Campo Belo antes de ela ser adquirida pela Quatá, entre 2000 e 2008. Em 2009, atuava em outra empresa quando começou a apresentar os primeiros sintomas da doença: inchaço, ganho de peso, insônia, cansaço excessivo e estresse. Em 2010, foi contratado para trabalhar na Quatá, primeiro na área de produção e depois na área de controle de qualidade.

 

Nos anos seguintes, os sintomas se agravaram e ninguém descobria a causa. “Consultei vários médicos, incluindo urologista, endocrinologista e psiquiatra…e nada”, ele recorda. O cansaço chegou a tal ponto que um dia ele precisou da ajuda de um colega da Quatá para subir um simples lance de escada.

 

Foi então para Belo Horizonte, onde finalmente recebeu o diagnóstico da doença. Isaac conta que, por causa do tumor, seus níveis de cortisol, um hormônio associado ao estresse, chegaram a ficar dez vezes acima do nível normal.

 

A primeira cirurgia, realizada em 2012, foi bem-sucedida, e por alguns anos Isaac conviveu com a expectativa de estar curado. “Perdi peso, o cansaço passou, tive recomposição óssea. Voltei a me sentir bem como fazia anos que não sentia”, ele conta.

 

Futebol com o filho, e a camisa do seu time do coração

“Eu não consigo descrever o amor que a chegada do meu filho trouxe para a minha vida. Quando penso muito nele, meu coração chega a queimar.”

 

O ano de 2013 foi o mais feliz de sua vida: estava livre dos sintomas, assistiu seu time, o Atlético Mineiro, sagrar-se campeão da Copa Libertadores, em uma final no estádio do Mineirão, graças ao convite do sócio e diretor comercial da Quatá, o também atleticano Maurício Franco, e sua vida foi abençoada pela chegada do filho João Pedro.“Eu não consigo descrever o amor que a chegada do meu filho trouxe para a minha vida”, diz Isaac. “Quando penso muito nele, meu coração chega a queimar.”

 

Quatro anos depois, no entanto, o tumor voltou e ele foi submetido a uma nova cirurgia, que não teve o mesmo resultado da primeira, e na sequência a uma radiocirurgia, cujos efeitos são mais lentos. Desde então, ele vem melhorando aos poucos e, no dia 29 de setembro, recebeu uma excelente notícia. “Pela primeira vez em muitos anos, os resultados dos meus exames estão todos dentro dos valores de referência”, ele conta.

 

Isaac se diz extremamente agradecido à esposa, Amanda, que conheceu em 1998 e que tem sido sua grande incentivadora nos estudos e lhe deu todo o suporte para enfrentar a doença, além do filho que enche sua vida de alegria. Também agradece aos colegas da Quatá pela compreensão e pelo apoio nos momentos difíceis. E a Deus, que sempre esteve ao seu lado. “Minha meta para o futuro é me tornar uma pessoa melhor em todos os sentidos”, diz Isaac. “Melhor como pai, como filho, como marido e como profissional.”