O pai do brie e da Maria Tereza

Responsável pela equipe que produz todo o brie vendido pela Quatá, Dalmo Vieira descobriu este ano o melhor papel de sua vida.

 

O supervisor queijeiro Dalmo Alves Vieira, do laticínio de Douradoquara (MG), teve uma origem humilde, perdeu o pai em um acidente de trator, mas superou as dificuldades e vinha levando uma vida que considerava bastante satisfatória. “Eu achava que era um homem feliz”, ele conta. Este ano, Dalmo descobriu que havia um sentimento ainda mais intenso em um espaço desconhecido do seu coração, que se revelou em fevereiro com a chegada de Maria Tereza em sua vida. “Com o nascimento da minha filha, descobri o que é felicidade de verdade.”

 

Dalmo nasceu no município goiano de São João da Aliança em 1986 e se mudou para Douradoquara aos 8 anos de idade. Tem duas irmãs e três irmãos, um deles seu gêmeo. O pai sempre trabalhou na roça – e Dalmo o ajudava. Aos 16 anos, teve o primeiro emprego com carteira assinada, em uma loja de móveis, e aos 18 começou na Quatá. Entrou como servente de pedreiro em uma obra de ampliação do laticínio, em agosto de 2004, e em seguida foi contratado como assistente de produção.

 

Com os irmãos e a mãe

 

Passou por diferentes áreas até ser promovido a queijeiro, em 2010. Três anos depois, participou do desenvolvimento do queijo brie da Quatá, que desde então é produzido exclusivamente em Douradoquara pela equipe comandada por ele.

 

“Eu achava que era um homem feliz. Com o nascimento da minha filha, descobri o que é felicidade de verdade”

 

A satisfação em trabalhar em um laticínio foi um dos motivos que o fizeram escolher a faculdade de ciências biológicas, que começou a cursar após concluir o ensino médio. Lá, conheceu Jaqueline, que se tornaria sua esposa. Quando os dois se casaram, em 2013, Dalmo se mudou para Abadia dos Dourados, a 40 quilômetros de Douradoquara, onde Jaqueline era servidora pública. “Eu ia e voltava todos os dias”, ele lembra. Dois anos depois, Jaqueline passou em um concurso para dar aula em uma escola estadual de Douradoquara, e o supervisor queijeiro voltou a morar perto da Quatá.

 

Dalmo se considera realizado na profissão de queijeiro e não se vê fazendo outra coisa. Ele tem uma relação muito próxima com sua equipe de trabalho. “A gente conhece a família um do outro, fazemos churrasco, é um time muito unido”, ele afirma.

 

A equipe de Dalmo em confraternização de fim de ano

 

 

Na vida pessoal, seu grande hobby é pedalar. “No passado, eu jogava bola, mas era muito ruim e acabei parando”, ele conta. Com um grupo de oito ciclistas, costuma fazer passeios cerca de três vezes por semana, por estradas de terra, em circuitos de 20 a 50 quilômetros.

 

Em um passeio de bicicleta

 

Dalmo e Jaqueline gostam também de viajar. Costumam fazer pelo menos uma viagem por ano, nas férias, e o destino mais distante até hoje foi Fortaleza. Em 2020, por causa da pandemia e por Maria Tereza ainda ser muito pequena, optaram por ficar em Douradoquara nas férias.

 

Mas a paternidade tem sido uma viagem e tanto para ele, um pai do tipo que troca fralda, dá banho e cuida da filha para a mãe descansar. Segundo Dalmo, porém, é uma tarefa que não o consome, pelo contrário. “Mesmo quando eu tenho um dia muito intenso de trabalho e chego em casa exausto ou estressado, é só abrir a porta e ver minha filha sorrindo para mim que vai tudo embora e sinto minha energia recarregada na hora”, ele descreve.