Tal pai, tal filho

Alcemar Jr. seguiu a profissão paterna e trabalha na mesma fábrica em que o pai atuou por 22 anos. Até o seu hobby preferido está relacionado ao velho Alcemar.

O coordenador de manutenção da fábrica da Quatá em Itaperuna (RJ),Alcemar de Souza Jr.,não herdou apenas o nome do pai. A profissão e, curiosamente,até o local de trabalho são os mesmos. Quando Alcemar Jr. nasceu, na própria Itaperuna, em 1979, Alcemar pai trabalhava como encarregado de manutenção na famosa indústria de laticínios da cidade, que na ocasião pertencia a um grupo estrangeiro e detinha apenas a marca Glória. De lá para cá, a mesma fábrica mudaria três vezes de dono até ser adquirida pela Quatá, em 2012.“Quando eu era criança, meu pai me trouxe várias vezes na fábrica”, lembra Alcemar. “Tenho ótimas lembranças daqui desde aquele tempo.”

 

O pai trabalhou durante 22 anos no local. Mas já atuava em outra empresa quando o filho, ao concluir o ensino médio, decidiu seguir o mesmo caminho profissional. Alcemar Jr. passou por algumas empresas até que, em 2006, candidatou-se a uma vaga como mecânico na Glória, então pertencente ao grupo italiano Parmalat. E já são catorze anos no mesmo endereço, os últimos oito como coordenador de manutenção e funcionário da Quatá.

 

Formado em curso técnico, Alcemar conta que ficou surpreso quando foi indicado ao cargo de liderança, em 2012. “Antes de mim, todos os coordenadores eram profissionais de fora e com curso superior”, ele explica. Mas o talento acabou falando mais alto e, com a ajuda de cursos de gestão oferecidos pela Quatá, acabaria demonstrando que a aposta nele foi acertada.

 

       Alcemar com a esposa, Edilene, e os filhos Ana Liz e Lucas

 

VIDA PESSOAL

 

Antes do emprego atual, Alcemar trabalhou durante alguns anos em uma indústria no pequeno município de Itacarambi, no norte de Minas. Foi lá que conheceu Edilene, uma paulista de Americana que havia se mudado para aquela região com a família. Juntos desde 2001, o casal tem dois filhos: Lucas, de 14 anos, e Ana Liz, de 2.

Um fato marcante na vida de Alcemar envolve a saúde do mais velho. Quando Lucas ainda era criança de colo, teve uma virose muito forte que o levou ao hospital praticamente desfalecido. Alcemar fez então uma promessa de que deixaria de beber, costume que mantinha de forma moderada, caso o filho melhorasse. “Em dois dias, ele já estava brincando normalmente”, recorda. A partir daí, não bebeu mais.

 

“Quando eu era criança, meu pai me trouxe várias vezes na fábrica. Tenho ótimas lembranças daqui desde aquele tempo.”

 

Mas agora os sustos envolvendo o filho se tornaram bem mais constantes. Lucas é praticante de uma modalidade de ciclismo chamada downhill, que consiste em descer montanhas de bicicleta em alta velocidade. “Ele e um grupo de amigos até construíram uma pista para praticar”, diz Alcemar, que já se acostumou a ver o filho todo ralado pelos tombos comuns nessa prática. “A mãe é que vive com o coração na mão”, ele conta.

O pai, de quem herdou nome, profissão e o gosto de trabalhar na fábrica de Itaperuna, continua sendo uma das presenças mais importantes em sua vida. Há três anos, ambos montaram uma oficina para produzir peças de inox, como coifas, corrimãos e máquinas industriais. Para Alcemar pai, a parceria representou a oportunidade de se manter ativo após a aposentadoria. Já Alcemar Jr., que costuma trabalhar na oficina em fins de semana, feriados e às vezes à noite, depois do expediente na Quatá, espera que no longo prazo o negócio cresça e possa, no futuro,representar uma oportunidade profissional para seus próprios filhos. “Trabalhar lá, ao lado do meu pai, é o meu hobby”, resume o coordenador de manutenção da fábrica de Itaperuna.